quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Depois de passar 7 meses na cadeia, Pastor Fausto pretende voltar à vida pública

Em 2008 tentou mais uma vez conquistar novo mandato, mas não conseguiu. Foi quando resolveu deixar de vez a igreja. “Fui pastor durante 23 anos, mas renunciei porque achava que já tinha dado minha contribuição”

Pastor Fausto
Depois de abandonar o sacerdócio, ser flagrado bebendo e dançando, perder eleição para deputado estadual, deixar a Paraíba e ser preso no Ceará por subtração de menores, tráfico de criança e formação de quadrilha, Fausto Henrique Oliveira – ou Pastor Fausto, como é conhecido – afirma que pretende voltar à vida pública. “Mas não na Paraíba. Quero me candidatar em São Paulo”, afirmou.
Pastor Fausto foi eleito deputado estadual pela Paraíba em 2002, pelo PRB. Na eleição seguinte, 2004, não conseguiu se reeleger. Em 2008 tentou mais uma vez conquistar novo mandato, mas não conseguiu. Foi quando resolveu deixar de vez a igreja. “Fui pastor durante 23 anos, mas renunciei porque achava que já tinha dado minha contribuição”.
A renúncia aconteceu em 2008, depois de mais uma derrota nas urnas e aparições suas em um vídeo na internet onde aparecia dançando e bebendo na companhia de mulheres. “A vida de sacerdote já tinha me privado de muitas coisas e eu assumo as coisas que gosto: cerveja, mulher e forró”, afirmou o ex-pastor.
Fausto exercia suas atividades pastorais na Igreja Universal do Reino de Deus, em João Pessoa. Quando deixou o sacerdócio ele tentou um acordo com a igreja. “Não é justo passar 23 anos servindo e sair sem a casa, sem o carro e até sem os móveis, porque é tudo da igreja”, justificou Fausto, acrescentando que não foi possível um acordo e a situação acabou gerando várias demandas judiciais. Existem processos da Igreja Universal contra ele na área cível e existem processos trabalhistas movidos por ele contra a igreja.  
A PRISÃO
Um dos episódios mais polêmicos da vida do ex-pastor é sua prisão, ocorrida nas primeiras horas da manhã de 4 de novembro de 2011, em Fortaleza (CE). Ele foi acusado de comandar um esquema de tráfico de crianças. Sua prisão foi fruto de um mandado de prisão, expedido pelo juiz Almir Abib Tajra, da 7ª Vara Criminal de Teresina, para investigar seu possível envolvimento com tráfico internacional de criança.
Ao todo, cinco pessoas, incluindo Pastor Fausto, foram detidas para investigação. Entretanto, apenas ele teve a prisão preventiva prorrogada e acabou passando três meses preso ainda em Fortaleza. Foi transferido para Terezinha e continuou preso por mais quatro meses, chegando a ser transferido para o presídio de Manguito, na capital piauiense. Ao todo, sete meses dentro de instituições de detenção.
Pastor Fausto encara com naturalidade o fato de ter sido preso para investigação durante sete meses, mesmo afirmando que é inocente e que seu envolvimento no caso ocorreu apenas por ter dado uma carona para a pessoa que teria adotado a criança em questão.
“Eu encontrei uma conhecida em Terezina e ela me disse que tinha adotado uma criança e que estava indo para Fortaleza. Como eu estava indo para lá de carro, então lhe dei uma carona”, afirma o ex-pastor. Ele acredita que isso poderia acontecer com qualquer pessoa. “Fiquei preso para investigação, mas não provaram nada, ninguém me reconheceu e ninguém me viu fazendo nada”, completa.
Apesar de estar em liberdade, as investigações continuam e o processo ainda não foi concluído.
PLANOS
Pastor Fausto disse que vive de renda, que tem muitos imóveis e que sempre foi um homem controlado. Em relação ao futuro, disse que está estudando e morando em São Paulo, onde pretende cursar faculdade de medicina.
Em seus planos existe ainda o desejo de voltar a disputar cargos eletivos, desta vez pelo Estado de São Paulo. “Estou morando lá e muito focado nos meus estudos, por isso pretendo me candidatar novamente lá e não aqui na Paraíba”, just6ificou.   
Pastor Fausto foi o entrevistado do programa Correio Debate (Rádio 98 FM) desta quarta-feira (17). Ele disse que o motivo de sua vinda para João Pessoa é porque tem processos judiciais e trabalhistas envolvendo a Igreja Universal que precisam de seu acompanhamento. “Também tenho amigos e imóveis aqui”, disse.  
Fonte: Portal Correio

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