terça-feira, 28 de junho de 2011

27/06/2011 18h09 - postado por Luís Tôrres

Imobiliária mais antiga da PB desautoriza Rômulo Soares e diz que não...


O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis na Paraíba, Rômulo Soares, vai ter que se licenciar do cargo se quiser continuar a defender, em nome da entidade, a tese de que o terreno de Mangabeira envolvido na permuta entre o governo do Estado e o grupo do Manaíra Shopping custa R$ 135 milhões.
 
Além de ser acusado de usar indevidamente o nome do Creci, a tese não tem sustentação entre os corretores de imóveis nem entre as imobiliárias em funcionamento em João Pessoa.
 
Dono da décima sexta imobiliária mais antiga do Brasil e a mais antiga da Paraíba, a Bonfim Imobiliária, que completou 48 anos no mercado, o empresário e corretor Chico Bonfim disse que Rômulo Soares não pode fazer avaliação em nome do Creci. Segundo ele, o Conselho não tem essa função.
 
Em contato com o blog, o corretor foi além: “Não há em toda João Pessoa terreno no valor de R$ 135 milhões”.
 
Filho de Hermógenes Bonfim, atual vice-presidente do Creci-pB e dono da inscrição 001 no Conselho, Chico declarou que terrenos de 30 hectares em localidades como Altiplano e Penha não chegam nem a metade desse valor.
 
Para Tércio da Sólida, a avaliação feita por Rômulo Soares também revela valores acima do normal. “Teríamos que saber quais os critérios que ele (Rômulo Soares) usou para fazer avaliação como essa”, disse. Segundo ele, em questões como esta, a melhor opção é recorrer à Caixa Econômica Federal para uma avaliação isenta.
 
Para ele, o Creci também não pode ser envolvido nessa história. “O Creci não faz avaliação. É uma entidade que fiscaliza e regulariza a atividade do corretor do imóvel. Avaliação é de inteira responsabilidade apenas de Rômulo Soares como pessoa física, corretor e advogado que é”, completou.
 
Presidente do PSC de João Pessoa, partido comandado hoje por Marcondes Gadelha, que faz oposição ao governo Ricardo Coutinho, Rômulo Soares é candidato a vereador de João Pessoa.
 
Pra agradar os aliados políticos, Soares pode estar colocando o Creci numa posição inadequada.
 
Se avaliar a quantidade de votos que precisa ter pra ser eleito em 2012 da mesma forma que avaliou os terrenos em questão poderá ter surpresas desagradáveis nas eleições do próximo ano.
 
ENTENDA O CASO:
 
O governo do Estado quer permutar área em Mangabeira próxima ao Detran, onde está instalada hoje a sede da Acadepol, com uma área que no Geisel, próximo ao Ronaldão, pra construir nova sede da Academia, bem como novo prédio para o IPC e para Central de Polícia. O terreno do Geisel pertence atualmente ao grupo do Atacadão dos Eletros e do Manaíra Shopping, que quer construir, no terreno de Mangabeira, um shopping center.
 
Parte da oposição acha que a permuta é desfavorável ao governo porque o terreno de Mangabeira é dez vez mais caro do que o do Geisel.
 
Rômulo Soares, presidente do Creci-PB, disse que o de Mangabeira vale R$ 135 milhões e o do Geisel apenas R$ 13 milhões.
 
O governo alega que os equipamentos serão construídos pelo próprio grupo que ficará com o terreno de Mangabeira, gerando 2,5 mil vagas de empregos no novo empreendimento.
 
COMENTÁRIO NOSSO:
 
Continuamos achando que o caso é de barganha financeira e mesquinharia política. Se fosse um empresário suíço, Roberto Santiago, dono do Manaíra Shopping, já teria o terreno doado gratuitamente pelo Estado pra construir o shopping em Mangabeira, gerando emprego e valorizando a área. E todo mundo bateria palmas.
 
 
Por: Luís Tôrres

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