terça-feira, 5 de junho de 2012


O PODER DA PRESSÃO

Antônio Malvino

Por: Antônio Malvino
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Colunista do GiroPB.
Está provado e comprovado que – sem a atuação da imprensa e a pressão popular, a bandalheira continuaria cada vez mais presente no poder público deste país, em todos os níveis. Lembram do caso da Assembléia Legislativa do Maranhão, onde os deputados estaduais recebiam 18 salários por ano e foi objeto de seguidas denúncias na mídia nacional, nos últimos dias?
Pois bem. Diante do escândalo que virou manchete nacional, os parlamentares maranhenses, mesmo a contragosto, aprovaram na última quarta-feira projeto de decreto que reduz de 18 para 15 – o número de salários que recebem anualmente.. Alguns ainda tiveram a cara de pau de ocupar a tribuna da Assembléia para protestar contra a medida, alegando que não se deveria dar satisfações à imprensa e, muito menos, ao povo.
No Maranhão, os 42 deputados, além dos subsídios mensais do décimo terceiro, tinham direito a um a ajuda de custo equivalente a cinco vezes o valor do salário – de 20 mil reais. Afora isso, eles também eram beneficiados com auxilio-moradia, plano de saúde, despesas de gabinete e gastos com assessores.
No Amapá, um dos Estados mais pobres da nação, também diante da denúncia em rede nacional, os deputados de lá que, além de dispor de 15 salários por ano, ainda contavam com verba indenizatória de 100 mil reais por mês e recebimento de diárias milionárias, igualmente, decidiram reduzir os privilégios.
A verba indenizatória foi reduzida em 50 por cento e as diárias baixaram de 2.600 para 1.600 reais, ainda muito altas para os padrões de um Estado que menos contribuem na soma do Produto Interno Bruto do país – algo em torno de 0,2 por cento. Segundo investigação da Polícia Federal, em um ano, os deputados do Amapá chegaram a receber quase R$ 4 milhões e 500 mil de diárias no ano passado em viagens pelo estado. Pode?
No Piauí, outro Estado paupérrimo, remando contra a maré, a verba indenizatória dos deputados estaduais, que era de R$ 50 mil, passou este ano para R$ 80 mil, quase o dobro do que recebem os senadores de diárias.  Pelo menos outros nove Estados pagam aos deputados o equivalente a 15 salários, inclusive um tal de auxilio paletó. Com tanta bandalheira – será que o eleitor ainda vai ter coragem de comparecer a uma urna e sufragar o nome de gente tão desqualificada? Claro que vai. Basta, no dia da eleição, receber em troca um quilo de feijão furado, um par de chinelos, uma dentadura, 10 reais ou até uma meiota de cachaça.

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