quinta-feira, 10 de janeiro de 2013


Envolvidos no assassinato de modelo têm prisão preventiva decretada; morte custou R$ 500

Polícia considera que mandante é 'pisicopata' e nutria obsessão pela noiva do jovem, sem ser correspondida; acusados confessaram crime, ocorrido em 22 de dezembro de 2012, na cidade de Santa Rita
Polícia | Em 22/12/12 às 13h43, atualizado em 10/01/13 às 17h35 | Por Hyldo Pereira e Priscila Andrade, com informações de Mislene Santos
Reprodução/Facebook
Modelo assassinado em Santa Rita
A Justiça Criminal da Cidade de Santa Rita decretou a prisão preventiva de todos os envolvidos na morte do modelo Dalmi Barbosa Filho. O crime ocorreu no dia 22 de dezembro do ano passado, na cidade de Santa Rita, região metropolitana de João Pessoa. De acordo com o delegado Pedro Ivo, Júlio César 'Adauto' e André Pedro da Silva tiveram as prisões decretadas na tarde desta quinta-feira (10).
Pedro Ivo informou que as prisões de Ana Paula e Mateus Alves foram decretadas na última terça-feira (8). O delegado revelou que Adauto e André foram presos em flagrante por tráfico de drogas e porte ilegal de armas, respectivamente.
“O André (emprestou a arma do crime) e Adauto (assassino) foram presos em flagrantes, mas não por envolvimento no crime de Dalmi. Eles tinham mandados de prisões por outros crimes. Quando prendemos Ana Paula e Mateus Alves fechamos e cerco e constatamos a participação dos outros dois no homicídio”, confirmou o policial civil informando que o quarteto está preso na Central de Polícia de João Pessoa e os homens serão transferidos nesta sexta-feira (11), para o Presídio do Roger e a mulher para o Presídio Júlia Maranhão.
Na manhã desta quinta-feira (10), a Polícia Civil da Paraíba desvendou o assassinato e chegou a conclusões supreendentes. A primeira delas foi de que a morte de Dalmi Barbosa Filho, foi contratada por  Ana Paula Teodósio de Carvalho (conhecida como Paulinha), 27 anos, que nutria uma amor obsessivo e não correspondido pela noiva do modelo, Raquel Teófilo Sousa.
Para execução do crime, Ana Paula teria prometido R$ 500 a um amigo, de nome Mateus, que, por sua vez, pediu ajuda a um traficante de drogas para a execução do modelo. Mateus devia R$ 400 a Ana Paula e teria prometido R$ 100 ao traficante. Sem um revólver para o crime, o traficante de drogas identificado como Júlio César 'Adauto' pediu emprestado a arma um homem identificado como André Pedro da Silva (segurança de um estabelecimento comercial na Capital), que também está preso.
A Polícia afirma que não tem dúvida que o crime foi passional. A mandante do assassinato foi considerada 'psicopata' pelos delegados do caso.“O inquérito está fechado. Felizmente foi desvendado este crime misterioso desse rapaz evangélico, tranquilo e sem envolvimento com drogas. A mentora foi uma psicopata que achava que namorava com a noiva da vítima”, salientou o delegado de Homicídios Pedro Ivo.
Mateus Alves da Silva era amigo de infância de Ana Paula teria aceitado participar do crime para liquidar a dívida de R$ 400. O traficante Júlio César Xavier aceitou executar o modelo por R$ 100. André Pedro da Silva, que teria emprestado o revólver, era apenas amigo de Mateus. Todos estão presos na Central de Polícia de João Pessoa. Eles confessaram o crime.
Quarteto que mataram o modelo
Foto: Quarteto que mataram o modelo
Créditos: Montagem Portal Correio
A noiva, Raquel Teófilo Sousa, em entrevista exclusiva a TV Correio (afiliada da Record na capital paraibana), revelou que Paulinha foi quem lhe apresentou ao modelo. Ela contou que a mandante do crime demonstrava ciúmes do casal. Chegou a dizer que não suportaria ver os dois juntos. Dalmi e Raquel decidiram se afastar de Paulinha, por conta dessas ameaças. 
O casal frequentava uma igreja evangélica há mais de dois anos. Raquel Teófilo Sousa contou ainda que Ana Paula chegou a declarar o seu amor por ela, mas garantiu que nunca teve qualquer envolvimento com a acusada. Disse ainda que as duas já tiveram uma luta corporal.
Após receber uma ameaça de morte, Raquel contou a obsessão de Paulinha ao namorado, que alertou que foi à Polícia e registrou um boletim de ocorrência. A noiva revelou ainda que o modelo recebeu uma mensagem anônima por celeluar: "O seu casamento não vai acontecer. Vai haver choros e vai haver dores", dizia o texto.
O registro foi na 11ª Delegacia Distrital  do bairro do Valentina Figueiredo, na zona sul da Capital. Dalmi e Raquel prestaram queixa contra a acusada, por invasão do apartamento de Raquel, após dizer que queira presentea-la com um gato de estimação.   
Mente doentia
Ana Paula Teodósio de Carvalho, segundo a Polícia, admitiu ser homossexual e que teria fantasiado um relacionamento com a noiva da vítima. Ela teria oferecido vários presentes a Raquel Teófilo Sousa, há alguns meses antes do crime, entre eles um iPhone e uma promessa de emprego fixo. Ana Paula se diz uma pessoa "muito articulada nos meios político, judiciário e policial".
Ana Paula é acusada de mandar assassinar Dalmi Filho
Foto: Ana Paula é acusada de mandar assassinar Dalmi Filho
Créditos: Reprodução/ Facebook
O crime
O crime foi articulado há meses pela mentora. O quarteto tentou matar a vítima três vezes, mas nunca o encontravam. No último dia 22 de dezembro o crime foi consumado. Mateus foi à academia que a vítima frequentrava. Quando Dalmi voltava à sua residência, que ficava a  400 metros da academia, ele foi abordado pelo trio que chegou em Siena, de cor prata,  que a Polícia descobriu pertencer à mandante. O crime aconteceu na rua José Vitelino da Rocha, na cidade de Santa Rita (a 11 quilômetros da Capital).
A vítima foi atingida com três tiros - sendo um no braço e dois na cabeça. O Serviço de Atendimento Móvel Urbano (Samu) ainda chegou a ir ao local, mas encontrou a vítima morta.  Os bandidos fugiram levando apenas o celular de Dalmi.
A Polícia ainda descobriu que os acusados, após o crime, devolveram o veículo de Paulinha na praça do Coqueiral, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa. Ana Paula chegou a sustentar para a Polícia que no momento do crime estava em um dentista. O álibi não se sustentou.
A operação para prender o quarteto foi denominada “Operação Castor” em alusão a mulher americana, Stacey Castor, que foi presa em 2007 por matar dois maridos. 
Dalmi Barbosa Filho era modelo e evangélico

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