terça-feira, 18 de junho de 2013


Protestos no Brasil repercutem na imprensa internacional

Manifestações que mobilizaram mais de 250 mil brasileiros em diversas cidades do país foram destaque em publicações como "The Guardian", "The New York Times" e "Le Monde"

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA BRASIL E AGÊNCIA EFE
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Rio de Janeiro (Foto: EFE/Marcelo Sayão)
Os principais jornais do mundo deram destaque nesta terça-feira (18) a notícias sobre os protestos que mobilizaram mais de 250 mil pessoas na noite desta segunda-feira (17) em várias cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre. 
El País, da Espanha, estampou a manchete "Nossos 20 centavos são o parque de Istambul", comparando os protestos contra o aumento das tarifas de transporte público no Brasil às manifestações na Turquia contra atransformação de um parque em centro comercial. Com várias fotografias mostrando os confrontos entre policiais e manifestantes, o El País diz que as manifestações foram as mais violentas, desde 1992, quando houve os protestos contra o então presidente Fernando Collor de Mello. 
Manifestantes protestam em frente ao Congresso Nacional contra gastos na Copa, corrupção e por melhorias no transporte, saúde e educação (Foto:  Valter Campanato / ABr)
O jornal italiano Corriere della Sera destaca, também na capa, que os manifestantes protestaram contra o aumento dos preços das passagens de ônibus e os gastos públicos com a Copa do Mundo de 2014. As fotos que ilustram a reportagem são do protesto em Brasília, com a ocupação da rampa do Congresso Nacional, e as manifestações nas ruas de São Paulo e do Rio de Janeiro. A publicação italiana menciona ainda a afirmação do secretário-geral da Presidência da República do Brasil, Gilberto Carvalho, que disse que a presidente Dilma Rousseff está "preocupada" com os protestos.
A reportagem do jornal britânico The Guardian diz que a maioria das manifestações começou de forma pacífica, mas ao longo dos protestos, houve enfrentamento entre manifestantes e policiais. O jornal mencionou o posicionamento de Dilma, que disse que “os protestos pacíficos são legítimos e adequados”. O texto da publicação britânica dá destque para a mobilização dos protestos, feita por meio das redes sociais.
O jornal francês Le Monde publicou uma reportagem, em tópicos, destacando as manifestações em Brasília, São Paulo, no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. A violência é ressaltada no texto e nas fotografias de manifestantes feridos. Há, ainda, menção ao jogo do Taiti e da Nigéria, em Belo Horizonte, na Copa das Confederações. O estádio em que ocorreu a partida também foi alvo de protestos.
São Paulo (Foto: EFE/Marcelo Sayão)
O jornal norte-americano The New York Timespublica um texto com vários adjetivos informando que os manifestantes reclamaram do “alto custo de vida e gastos extravagantes” com a Copa do Mundo de 2014. Também faz críticas à ação policial, avaliando que houve o uso da “mão pesada” por parte dos policiais. No The New York Times, há uma galeria com imagens de manifestações em várias cidades do país. O texto compara os protestos no Brasil aos ocorridos na Turquia, em Nova York e Oakland, nos Estados Unidos, naEspanha, na Síria, na Líbia, no Bahrein, noEgito e na Tunísia
As mobilizações começaram no início deste mês, como reação ao aumento das tarifas do transporte público. Ao longo das manifestações, as bandeiras foram se multiplificando e os manifestantes passaram a protestar também contra a corrupção, gastos públicos com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, PEC 37 (proposta para restringir o pode de investigação do Ministério Público), entre outros. De maneira geral, os manifestantes tentaram se distanciar do partidos políticos e não se vincular às legendas. A internet e as redes sociais foram as principais ferramentas para a mobilização.

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