quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Por Beth Torres: promessa é dívida


Colunistas Beth Torres

Beth Torres é jornalista, formada pela Universidade Federal da Paraíba. Ela é natural de Garanhuns, em Pernambuco, mas já está há dez anos em João Pessoa. Beth foi repórter de cidades e de política do Jornal da Paraíba, assumindo de forma interina as editorias de Geral e de Política do periódico. Trabalhou para a Agência Nordeste e, atualmente, é correspondente do Portal Terra.Ricardo:
Passada toda a euforia da vitória, o novo governador tem que começar a colocar os pés no chão e se preparar para enfrentar os inúmeros problemas do Estado partir de janeiro. A Paraíba não anda bem das pernas: a desigualdade social reina, a máquina pública encontra-se super endividado, o gasto com pessoal chega a quase 55% da receita corrente líquida (a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece gasto máximo de 49%), e ainda existem problemas sérios na segurança, educação, saúde, habitação e saneamento básico.

O Estado conta hoje com 36.058 cargos comissionados e prestadores de serviços que comprometem 54,98% da folha de pessoal. Sempre é bom lembrar que antes de ser derrotado nas urnas o atual governador José Maranhão (PMDB) conseguiu aprovar a tão falada PEC 300 que garante aumento para os policiais e agentes penitenciários. Para bancar a medida estima-se que sejam necessários mais de R$ 62 milhões por mês.

Sem contar que mesmo com os inúmeros empréstimos que o atual governador contraiu, Ricardo Coutinho (PSB) ainda corre o risco de ter que conseguir mais dinheiro para pagar o 13º dos servidores estaduais. A Secretaria de Finanças do Estado tem apenas 50% em caixa para o pagamento do 13º salário.

Outro problema sério da Paraíba é o da segurança. A população vem sendo vítima da violência e hoje vive refém do medo. Para se ter ideia do tamanho do problema em dez anos o número de assassinatos cresceu 75,4% e hoje o Estado está em 16º lugar no ranking dos mais violentos.

Na educação amargamos com altos índices de analfabetismo. Uma grande parcela da nossa população não dispõe de empregos dignos e, por isso, precisa de programas sociais para poder se manter. Saneamento básico outro calo para os paraibanos. Cerca de 60,7% das famílias do Estado não são atendidas com redes de água ou de esgoto. A falta de habitação também é um problema sério da Paraíba. O déficit habitacional do Estado é de aproximadamente 104.699 moradias, segundo dados do Ministério das Cidades.

A saúde no estado é um caos. Quem procura atendimento médico não consegue, principalmente, no interior onde foi adotado o sistema de “ambulancioterapia”, onde os pacientes são transportados de cidade em cidade até encontrar atendimento médico ou não resistindo a enfermidade morrer. Para se ter idéia do problema, na rede pública apenas 100 estabelecimentos de saúde possuem serviço de internação em todo o Estado, sendo que apenas 36 com especialidades.

Ricardo, em sua campanha - seguindo a linha do presidente Juscelino Kubitschek que empolgou o País com o célebre lema Cinquenta anos em cinco – prometeu que trabalharia para fazer em quatro anos o que se faria em quarenta. Pois bem, como promessa é dívida o socialista precisa resolver grande parte desses problemas e desenvolver ações que realmente interfiram na qualidade de vida da população.

Nenhum comentário: