segunda-feira, 4 de outubro de 2010

As pesquisas mentiram feio!


Colunistas
Beth Torres

Beth Torres é jornalista, formada pela Universidade Federal da Paraíba. Ela é natural de Garanhuns, em Pernambuco, mas já está há dez anos em João Pessoa. Beth foi repórter de cidades e de política do Jornal da Paraíba, assumindo de forma interina as editorias de Geral e de Política do periódico. Trabalhou para a Agência Nordeste e, atualmente, é correspondente do Portal Terra.03.10.2010 às 22h20min
As pesquisas mentem e mentem feio! Está foi a conclusão que cheguei nas eleições deste ano na Paraíba. Todos os institutos apontavam como certa a vitória do candidato à reeleição José Maranhão (PMDB) com uma ampla maioria. Até a boca-de-urna do Ibope dizia que o peemedebista seria reeleito com 53% dos votos no primeiro turno.

Ao abrir as urnas os paraibanos se depararam com uma grande surpresa: o candidato socialista Ricardo Coutinho conseguiu a maioria dos votos, mesmo com todos os institutos e muitos analistas políticos dizendo o contrário.

Em um artigo anterior eu dizia não acreditar mais nas pesquisas pela diferença de percentuais que elas apresentaram em relação à sucessão no Governo do Estado. Neste domingo, após essa disputa acirrada, só confirmei minha tese de que as pesquisas estão longe de adivinhar o resultado das ruas.

Pois bem, contrariando a muitos o segundo turno está aí e alguns aspectos precisam ser analisados. Para Maranhão é uma derrota a eleição ter ido para o segundo turno, pois ele já tinha como certa a vitória. Na hora do voto mesmo chegou a dizer que a militância já podia ir para as ruas comemorar.

José Maranhão tinha melhor estrutura de campanha que o socialista e contava com vários segmentos da imprensa a seu favor, sem contar com a máquina pública. Além disso, ele tinha a maioria absoluta dos prefeitos. Quem não lembra das inúmeras adesões que recebeu antes e durante a campanha?

O atual governador vai para o segundo turno com duas derrotas: não decidir o pleito no primeiro turno e ainda sair em segundo lugar para a disputa. Mas, como o peemedebista é “raposa velha”, que tem a capacidade de se recuperar rapidamente e motivar a militância novamente para uma campanha, tudo pode acontecer.

Já Ricardo Coutinho chega fortalecido ao segundo turno, pois veio de uma campanha sem estrutura e muitos já davam como certa a sua derrota. O que pode ser percebido é que o socialista conseguiu essa virada na última semana de campanha. A militância arregaçou as mangas e saiu para as ruas. Nota-se também um engajamento maior do ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB) e dos seus “fieis escudeiros” na reta final da campanha.

O socialista acabou ganhando ponto com a população ao colocar a “cara para bater”, sair as ruas, partir para o enfrentamento e não se recusar a participar de nenhum dos debates com os demais candidatos a governador. Maranhão perdeu muito ao faltar a estas atividades, pois deu a entender que tinha medo do debate e isso desagradou à população.

No segundo turno a campanha vai se tornar mais acirrada ainda. O primeiro grande desafio dos candidatos é conseguir o apoio de Nelson Júnior (PSOL) que surpreendeu e, mesmo sem estrutura alguma, conseguiu uma votação expressiva. Os governáveis também terão que “rebolar” muito para conseguir mudar a opinião dos eleitores que votaram em branco e ou anularam o seu voto.

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