domingo, 19 de setembro de 2010

Ídolo do Flu nos anos 80, Washington luta contra doença incurável

Washington com Assis chamado de casal 20 pela torcida do Fluminense do Rio

Hoje, Washington se encontra assim.

Aos 49 anos, ex-jogador vive em cadeira de rodas, efeito de grave enfermidade que afeta seus movimentos

Marcelo Monteiro e Cahê Mota
Rio de Janeiro

Washington segura a camisa que está sendo leiloada na internet Ídolo do Fluminense nos anos 80 e campeão com a seleção brasileira nos Jogos Pan-Americanos de 87 (Indianápolis/EUA), o ex-jogador Washington vive um momento delicado. Ele luta contra os efeitos da Esclerose Lateral Amiotrófica. Conhecida como ELA, a doença degenerativa, ainda sem cura, atinge as células do sistema nervoso central e prejudica os movimentos, a fala e o sistema respiratório.

Aos 49 anos, mas com aparência envelhecida, o ex-atacante do Atlético-PR, Botafogo, Corinthians e Internacional, entre outros clubes, precisa recorrer a uma cadeira de rodas para se locomover. Após ser internado com um princípio de pneumonia no mês passado, Washington luta para se tratar da grave enfermidade, conhecida também como doença de Lou Gehrig ou de Charcot. A mesma que afeta o físico inglês Stephen Hawking.

- Já estou quase 100% em relação à pneumonia. Mas estou quase sem força nas pernas. Em quase todo o corpo, na verdade - afirmou o ex-jogador, em entrevista por telefone ao GLOBOESPORTE.COM.

Há quase três anos se tratando da doença em Curitiba, Washington recebe gratuitamente medicamentos do Governo do Paraná (após ingressar com uma ação na Justiça) e realiza sessões de fisioterapia de duas a três vezes por semana. E aguarda uma transferência para o Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, no qual teria acesso a um tratamento intensivo.

Os médicos que atendem o ex-jogador já indicaram que, no futuro, será necessário o uso contínuo de dois aparelhos para facilitar a respiração. Equipamentos que custam de R$ 20 mil a R$ 80 mil. Valores altos para o ex-jogador.

Sem mostrar desânimo, apesar dos problemas de saúde, e sem reclamações em relação ao Fluminense, Washington afirma que o clube, se desejasse, poderia colaborar com seu tratamento diante da ligação que tem com uma companhia de planos de saúde, principal patrocinadora.

- Quero é me recuperar da doença. E de cabeça erguida. Sem passar a imagem de coitado. Não tenho nada a reclamar do Fluminense. Tenho o maior orgulho de ter vestido a camisa do clube - afirmou sobre o Tricolor carioca, que defendeu de 1983 a 1989 e pelo qual foi tricampeão carioca (1983/84/85) e campeão brasileiro (1984).

A diretoria do Flu promete ajudar o ex-jogador. O departamento de marketing do clube recebeu a missão de elaborar projetos em prol do antigo camisa 9 das Laranjeiras.

- Trata-se de um ídolo tricolor, marcado na história com títulos, e precisamos colaborar com esse tratamento. Diante da doença, estamos em busca de uma solução o mais rápido possível e devemos anunciá-la em breve – garantiu o vice-presidente de futebol, Ricardo Tenório.

A assessoria de imprensa da Unimed, patrocinadora do Fluminense, afirmou que uma possível ajuda ao ex-jogador será analisada pelo comando da empresa.

Fã do centroavante que ajudou o Fluminense a conquistar vários títulos, o jornalista João Márcio Júnior, 30 anos, decidiu ajudar o ídolo, promovendo um leilão virtual em benefício do tricampeão carioca.

Filho do atacante João Márcio, que defendeu o Fluminense nos anos 60, o jornalista comprou uma camisa oficial do Tricolor, pediu para que Washington a autografasse e está leiloando o uniforme na internet. Até esta quarta-feira, o maior lance havia sido de R$ 1.250.

- Acompanhei a trajetória dele quando eu era criança. Lembro-me da participação dele na conquista do título carioca de 1985. Era o meu ídolo. Nas peladas, sempre dizia que eu era o Washington - lembrou João Márcio.

Parceiro de Washington no Atlético-PR e no Fluminense, no qual formaram a famosa dupla "Casal 20", Assis lamenta a situação enfrentada pelo velho amigo.

- Não tenho tido contato com ele. O importante é que está sob cuidados médicos. Não só eu, mas quem conheceu o Washington fica triste com essa situação.

ASSISTA AO VÍDEO E VEJA A HISTÓRIA DE WASHINGTON!



Nenhum comentário: