sábado, 30 de outubro de 2010

Por Agnaldo Almeida: Os truques de uma campanha suja


Agnaldo Almeida
Agnaldo Almeida ingressou no jornalismo em 1970, como repórter do Diário da Borborema. Ele atuou ainda nos jornais Correio da Paraíba, A União, O Norte e O Momento, como redator e colunista, do semanário A Carta como chefe de redação e editor, além de secretário de Comunicação do Governo Ronaldo Cunha Lima.

Sob a égide da Lei da Ficha Limpa, a Paraíba está encerrando uma de suas campanhas políticas mais sujas. Sujas e bobas. Até Satanás, o anjo decaído, entrou em pauta. Utilizando-se de helicópteros, aviõezinhos particulares e outros veículos, os defensores de um candidato acharam por bem trazer a debate temas que passaram pela satanização dos opositores e pela ridícula legalização das drogas.

Foi uma campanha boba e suja. Boba porque se quis passar a ideia de que o Tinhoso tinha tomado partido, quando se sabe que o “Não-sei-diga” tem mais o que fazer e jamais demonstrou ter qualquer preocupação com os destinos políticos da Paraíba. O eleitorado não se deixa mais levar por estes truques de última hora.

E por que suja? Porque mais uma vez a mentira imperou nos discursos políticos, com a deliberada intenção de destruir reputações, de ofender a imagem pública de opositores. Quiseram vincular a candidatura do PSB à discussão sobre legalização de drogas, mesmo sabendo que tudo não passava de uma grosseira invencionice.

Quando a Lei da Ficha Limpa foi aprovada, ficou no ar a impressão de que, afinal, a partir de agora nós teríamos campanhas mais assépticas do ponto de vista da civilidade política. Nada disso. Por tudo o que ocorreu, as coisas parecem estar piorando.

As denúncias de compra de votos, de distribuição de dinheiro e alimentos e o uso desenfreado de benefícios públicos para se manter no poder deram-se, praticamente, à vista de todos. Mas, como acontece sempre, os autores dos delitos continuam lépidos e fagueiros, tramando nos seus esconderijos o que fazer, mais ainda, para fraudar as eleições do próximo domingo.

Até o presidente da República, um homem que chegou ao Palácio desafiando a chamada elite política nacional, mandou às favas o ritual do cargo e expôs-se na defesa de seu partido como nunca antes na história deste país.

Mas, deixemos tudo isso pra lá. O importante é que na eleição de domingo o homem simples da rua, tendo ou não recebido favores, vote com a sua consciência. Mostre que essas malandragens eleitorais não têm mais vez nas sucessões paraibana.

Sei que é pedir muito, mas nunca é demais esperar que uma malandragem se pague com outra. Quem distribuiu dinheiro, empregos e alimentos em troca de votos merece receber um troco.

E o momento certo de dá-lo é na urna eletrônica.

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